terça-feira, 25 de junho de 2013

Microfones 2.0 fazem mapeamento e localizam você

Microfones 2.0 fazem mapeamento e localizam você

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/06/2013
Microfones 2.0 fazem mapeamento e localizam você
As possibilidades oferecidas pela tecnologia de ecolocalização e mapeamento foram aferidas em ambientes complexos. [Imagem: EPFL]
 Microfones 2.0 fazem mapeamento e localizam você: Os microfones incorporaram tecnologias que lhes deram funções que vão muito além de gravar sons.
Os microfones deram um passo à frente, incorporando tecnologias que lhes deram funções que vão muito além de gravar sons.
Ivan Dokmani e seus colegas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, criaram um sistema de ecolocalização - similar ao usado por golfinhos e morcegos - capaz de medir uma sala com grande precisão.
Você continua podendo tirar boas medidas com uma trena, mas os microfones podem estar em qualquer lugar da sala, e você nem precisará sair do lugar para fazer as medições - bastará analisar as gravações.
"Cada microfone capta o som direto vindo a partir da fonte original, bem como os ecos chegando das várias paredes," explica Dokmanic.
"Em seguida, o algoritmo compara o sinal de cada microfone. As defasagens infinitesimais que aparecem nos sinais são usados para calcular não só a distância entre os microfones, mas também a distância de cada microfone para as paredes e a fonte de som," detalha o pesquisador.
Segundo ele, esta capacidade de "resolver" os vários ecos captados pelos microfones é algo inédito.
Analisando o sinal de cada eco, usando "matrizes de distância euclidianas", o sistema pode determinar se o eco está se refletindo pela primeira ou pela segunda vez, por exemplo, e determinar a "assinatura" original de cada uma das paredes.
Microfones espiões
As aplicações da tecnologia sem várias.
"Arquitetos poderão usar esta tecnologia para projetar salas - por exemplo, salas de espetáculo ou auditórios - baseados na acústica específica que eles desejam criar," acrescentou Dokmani.
Aplicações em ciência forense também estão no horizonte: com base em várias gravações feitas no mesmo local, as ondas de áudio podem fornecer informações sobre elementos na sala que não podem ser vistos nas imagens.
Na mesma área, analisando um telefonema de uma pessoa que está se movendo dentro de um ambiente pode permitir que os investigadores identifiquem de onde a pessoa está falando.
Finalmente, pode ser possível implementar este algoritmo em aparelhos móveis e usá-los para deduzir informações sobre a localização no interior de edifícios - um lugar onde os sinais de GPS não penetram bem.
"Já existem muitas aplicações, e prevemos muitas mais. Este é só o começo," concluiu Dokmani.
Bibliografia:

Acoustic echoes reveal room shape
Ivan Dokmani, Reza Parhizkar, Andreas Walther, Yue M. Lu, Martin Vetterli
Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: Published online before print
DOI: 10.1073/pnas.1221464110

terça-feira, 11 de junho de 2013

Levitação faz cimento virar metal

Fonte : http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=levitacao-faz-cimento-virar-metal-semicondutor&id=010160130604

Levitação faz cimento virar metal

Com informações do ANL - 04/06/2013
Levitação faz cimento virar metal semicondutor
O levitador impede que o líquido quente toque em qualquer superfície, deixando-o totalmente livre para formar cristais. [Imagem: ANL]
Metal vítreo
Em um experimento que provavelmente deixaria os alquimistas medievais verdes de inveja, pesquisadores descobriram a fórmula para transformar cimento líquido em metal líquido.
A "mágica" transforma o cimento em um vidro metálico que é semicondutor, pronto para ser usado em filmes finos, revestimentos de proteção, telas e chips de computador.
"Este novo material tem muitas aplicações, incluindo resistores de película fina usados em telas de cristal líquido, basicamente o 'computador' da tela plana na qual você provavelmente está lendo isso agora," disse Chris Benmore, um físico do Laboratório Nacional Argonne, nos Estados Unidos, que trabalhou com uma equipe de cientistas do Japão, Finlândia e Alemanha para descobrir a receita da transformação de cimento em metal.
A descoberta também poderá ter usos em outras áreas, já que um material vítreo-metálico tem propriedades muito interessantes, incluindo melhor resistência àcorrosão do que o metal tradicional, menor fragilidade do que o vidro tradicional, condutividade, baixa perda de energia em campos magnéticos e fluidez, facilitando seu processamento e moldagem.
Captura de elétrons
Anteriormente, a transição para uma forma de vidro metálico só havia sido demonstrada a partir de metais.
O cimento fez o mesmo caminho através de um processo chamado de captura de elétrons, um fenômeno observado anteriormente apenas em soluções de amônia.
Entender como esse processo funciona abre a possibilidade de transformar outros sólidos, normalmente isolantes, em semicondutores a temperatura ambiente.
Levitação faz cimento virar metal semicondutor
Entender como esse processo funciona abre a possibilidade de transformar outros sólidos, normalmente isolantes, em semicondutores a temperatura ambiente. [Imagem: Akola et al./PNAS]
"Agora que sabemos as condições necessárias para criar elétrons aprisionados em materiais, nós poderemos desenvolver e testar outros materiais para descobrir se podemos fazê-los conduzir eletricidade dessa maneira." disse Benmore.
Levitador aerodinâmico
A equipe estudou a maienita, um componente do cimento de alumina formado por óxidos de cálcio e alumínio (CaO-Al2O3).
Eles fundiram a maienita a 2000º C usando um levitador aerodinâmico com dióxido de carbono. O material foi processado em diferentes atmosferas para controlar a forma como o oxigênio se liga no vidro resultante.
O levitador impede que o líquido quente toque em qualquer superfície, deixando-o totalmente livre para formar cristais.
Isso faz com que o líquido se resfrie em um estado vítreo, que pode prender os elétrons da maneira necessária para a condução eletrônica.
Bibliografia:

Network topology for the formation of solvated electrons in binary CaO-Al2O3 composition glasses
Jaakko Akola, Shinji Kohara, Koji Ohara, Akihiko Fujiwara, Yasuhiro Watanabe, Atsunobu Masuno, Takeshi Usuki, Takashi Kubo, Atsushi Nakahira, Kiyofumi Nitta, Tomoya Uruga, J. K. Richard Weber, Chris J. Benmore
Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: Published online before print
DOI: 10.1073/pnas.1300908110