terça-feira, 15 de outubro de 2013

Computador impresso em papel está próximo da realidade

Computador impresso em papel está próximo da realidade: A equipe já está trabalhando na impressão de circuitos impressos mais complexos, incluindo microprocessadores e chips de memória.
Impressão de circuitos eletrônicos
Pesquisadores japoneses inventaram uma maneira de imprimir em papel as finas linhas condutoras que fazem as conexões nas placas de circuitos eletrônicos.
E não é necessário nenhum equipamento de alta tecnologia: basta uma impressora jato de tinta que se compra no comércio por algo em torno de R$150.
O segredo está em uma tinta contendo nanopartículas metálicas, que também já está disponível comercialmente no Japão.
Yoshihiro Kawahara, da Universidade de Tóquio, afirma que este é um passo importante para incentivar o crescente movimento das máquinas livres.
As impressoras 3D já permitem fabricar virtualmente qualquer coisa.
Com a nova tecnologia, será possível fabricar "qualquer coisa" dotada de circuitos eletrônicos.
Computador impresso em papel está próximo da realidade
A equipe já está trabalhando na impressão de circuitos impressos mais complexos, incluindo microprocessadores e chips de memória. [Imagem: Microsoft Research]
Tinta condutora
O fato de a técnica funcionar sobre papel permitirá o teste rápido e barato dos circuitos eletrônicos - os pesquisadores demonstraram seu funcionamento usando papel de qualidade fotográfica.
A tinta possui nanopartículas de prata em suspensão, e tem a grande vantagem de não exigir calor para estabelecer sua condutividade depois da impressão.
Como estavam trabalhando sobre papel, os pesquisadores aproveitaram para demonstrar que uma cola condutora é uma substituta perfeita para as soldas dos circuitos eletrônicos tradicionais na hora de conectar os transistores, resistores e capacitores que formarão os circuitos eletrônicos.
Para demonstrar tudo na prática, Kawahara e sua equipe fabricaram dois sensores, um capaz de detectar chuva e outro capaz de medir a umidade do solo, ambos transmitindo as leituras por meio de uma antena Wi-Fi também impressa.
A equipe está agora trabalhando na impressão de circuitos impressos mais complexos, incluindo microprocessadores e chips de memória.
Segundo Kawahara, a ideia de imprimir computadores completos em papel não é mais um sonho distante.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Fórmula 1 dos carros elétricos terá recarregamento sem fios

Fórmula 1 dos carros elétricos terá recarregamento sem fios: E os espectadores contarão com uma tecnologia de realidade aumentada que permitirá ver o carro em qualquer posição da pista.
Corridas eletrizantes
A Fórmula 1 deve ganhar em breve uma versão com carros elétricos - a Fórmula E.
A FIA, órgão que controla o automobilismo mundial, pretende lançar o campeonato de Fórmula E no ano que vem.
Os carros de corrida elétricos terão suas baterias recarregadas continuamente por sistemas sem fio e contarão ainda com tecnologia de realidade aumentada.
A categoria já vem realizando testes com seus carros, com o brasileiro Lucas di Grassi como piloto. Outro piloto brasileiro, Gil de Ferran, foi apontado como embaixador da categoria.
recorde mundial de velocidade de um carro elétrico já pertence a uma das equipes inscritas na Fórmula E, a Lola Drayson.
Analistas avaliam que a competição poderá ajudar a melhorar a percepção do público em relação aos carros elétricos.
A FIA diz que a intenção do campeonato será garantir o entretenimento do público e também promover a tecnologia dos veículos elétricos.
"Faremos com que as pessoas fiquem mais propensas a comprar um carro elétrico, mas isso levará tempo - cinco ou dez anos", afirmou o presidente-executivo da Fórmula E, Alejandro Agag.
Fórmula E: Fórmula 1 dos carros elétricos
O brasileiro Lucas di Grassi é o piloto de testes da Fórmula E. [Imagem: FIA]
Fórmula E
A Fórmula E vai começar em setembro de 2014, em Londres, com corridas em outras nove cidades, incluindo Rio de Janeiro, Pequim e Los Angeles.
Dez equipes, cada uma com dois pilotos, competirão entre si em corridas de uma hora.
A FIA anunciou nesta semana um acordo de patrocínio com a fabricante de chips para smartphones Qualcomm, que fornecerá, além de um valor não revelado, a tecnologia de recarga das baterias e de realidade aumentada para a nova categoria.
Entre os produtos que a Qualcomm pretende oferecer está uma tecnologia de reabastecimento sem fio, chamada Halo.
A tecnologia, desenvolvida pelo laboratório da empresa em Londres, cria um campo eletromagnético usando uma plataforma de cobre enterrada no chão.
Esse campo é captado por uma bobina instalada no veículo, que o converte em eletricidade para carregar uma bateria.
A equipe britânica de Formula E Drayson Racing Technologies já testou uma versão customizada do Halo como forma de carregar seus veículos quando eles estão parados.
Porém, a intenção é usar a tecnologia para recarregar somente o carro de segurança das competições no primeiro ano, para depois estendê-la para os demais carros no segundo ou terceiro ano.
Com o tempo, segundo a Qualcomm, várias plataformas poderiam ser instaladas nos locais de competição para permitir o "carregamento dinâmico", ou seja, a habilidade de reabastecer os carros em movimento, ajudando-os a completar a corrida no menor tempo possível.
Fórmula 1 dos carros elétricos terá recarregamento sem fios
O Lola B12 69/EV atingiu uma velocidade de 328,6 km/h, batendo o recorde mundial de velocidade da categoria. [Imagem: Lola Drayson]
Realidade aumentada
A Coreia do Sul já lançou algo semelhante, usando uma tecnologia local semelhante para recarregar ônibus elétricos em determinadas rotas.
Porém esses esquemas são caros, e a FIA reconhece que a competição terá que se mostrar popular para levantar os recursos necessários para pagar pela instalação dos sistemas de recarregamento.
A Qualcomm também pretende ajudar a desenvolver sistemas telemétricos usados nas corridas. "Pressão dos pneus, motores, combustível, fluido de freio, velocidade, torque - todo tipo de coisas pode ser monitorado a cada nanossegundo", explica Anand Chandrasekher, diretor de marketing da empresa.
Segundo ele, as informações também poderão ser vistas pelo público por meio de um software de realidade aumentada, permitindo aos espectadores observar o carro de sua preferência mesmo que edifícios ou objetos obstruam sua visão simplesmente usando seus smartphones ou tablets para tornar o veículo visível.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Faça seu próprio experimento em um satélite de código aberto

Faça seu próprio experimento em um satélite de código aberto

Com informações da New Scientist - 21/08/2013
Os nanossatélites, que medem 10 cm de lado, serão lançados ao espaço por um equipamento testado pela primeira vez no ano passado. [Imagem: NASA]

Satélites de código aberto
Que tal controlar um satélite científico e fazer seu próprio experimento espacial?
Essa possibilidade não apenas já existe, como ela está dentro do orçamento da maioria das pessoas.
Pesquisadores, estudantes e interessados em geral podem realizar seus projetos a bordo dos primeiros satélites artificiais de código aberto do mundo.
O ArduSat-1 e o ArduSat-X foram levados para a Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo do cargueiro espacial japonês HTV-4, o mesmo que levou o primeiro robô falante ao espaço.
Conhecido como CubeSats, esses minissatélites são construídos a partir daplataforma de hardware livre Arduino.
Cada um contém uma série de equipamentos de uso genérico, incluindo câmeras, espectrômetros e um contador Geiger, tudo embutido em um cubo de apenas 10 centímetros de lado.
Da Estação, eles serão lançados ao espaço por meio de um equipamento testado pela primeira vez no ano passado:
Essa técnica permite colocar pequenos satélites em órbita ao redor da Terra, eliminando a necessidade de veículos lançadores dedicados e tornando as missões de ciência-cidadã, como o ArduSat, mais acessíveis.
Satélite com Arduíno
O lançamento inaugural foi parcialmente financiado por uma campanha Kickstarter, com pessoas de todo o mundo comprando alguns dos intervalos de tempo dos satélites para executar seus próprios experimentos.
"Ninguém deu às pessoas o acesso aos satélites da forma que estamos fazendo com o ArduSat," comemora Chris Wake, da NanoSatisfi, a empresa que construiu e irá e operar os nanossatélites.
Quando sobrarem janelas de tempo dos CubeSats, os interessados poderão programar os controles dos satélites e executar experimentos durante três dias por US$ 125, ou por uma semana por US$ 250.
Ainda não foram anunciados os primeiros projetos que serão executados nos dois Ardusats, mas a lista de candidatos inclui o rastreamento de meteoritos e a montagem de um modelo 3D da magnetosfera da Terra.
Os dois primeiros CubeSats ficarão em órbita de três a sete meses, antes de se queimarem na reentrada na atmosfera. Os planos da NanoSatisfi incluem enviar frotas deles ao espaço em futuros lançamentos.
"Estamos focados em lançar vários deles nos próximos anos," disse Wake. "Em cinco anos, gostaríamos de ver 100, 150 deles no espaço, atingindo meio milhão de alunos."
CubeSats da NASA
Enquanto isso, a NASA abriu inscrições para a sua própria CubeSat Launch Initiative, cujas inscrições ficarão abertas até 26 de Novembro.
Os desenvolvedores cujas propostas forem selecionados poderão ver seus próprios nanossatélites lançados como cargas auxiliares em missões com lançamentos programados entre 2014 e 2017.
O custo de desenvolvimento dos CubeSats correrá por conta dos interessados.
Pelo programa, a NASA anunciará as melhores propostas em 7 de Fevereiro do próximo ano.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Microfone óptico ouve com luz

Eletrônica

Microfone óptico ouve com luz

Microfone óptico ouve com luz
Esta é a parte do microfone fabricada em uma pastilha de silício. O laser é montado na parte inferior. [Imagem: Matthieu Lacolle]
Os microfones não parecem estar apenas dando alguns passos: eles parecem estar passando por um verdadeiro renascimento.
Depois de usar microfones para mapear salas, e eventualmente espionar você, cientistas agora deram "poderes ópticos" aos microfones.
Além de ficarem hipersensíveis ao som, a incorporação da tecnologia óptica deu um senso de direção aos microfones.
"Pense nos equipamentos de videoconferência tradicionais. Várias pessoas estão sentadas em torno da mesa, mas o microfone foi colocado de tal forma que sua recepção do som fica abaixo do ideal. Com a nova tecnologia, um microfone será capaz de 'ver' de onde o som vem, pegar a voz da pessoa que está falando, e filtrar as outras fontes de ruído na sala," explica Matthieu Lacolle, do instituto Sintef, na Noruega.
Microfone que ouve com luz
Em termos simples, um microfone é composto de uma membrana que vibra quando é atingida pelas ondas de som.
No novo "microfone óptico", há uma uma superfície de referência que fica atrás da membrana, e o som é registrado medindo a distância entre as duas.
"Nós fazemos isso medindo ondas de luz de um laser microscópico. Então nós podemos dizer que o sensor desse microfone de fato vê o som," acrescenta Lacolle.
Usando o laser é possível medir movimentos muito pequenos, tornando o microfone sensível a sons muito fracos.
Uma membrana fina o suficiente deu a ele sensibilidade suficiente para detectar a direção dos sons. Para isso, os cientistas exploraram dois fenômenos ópticos - a interferência e a difração - para medir os movimentos da membrana com uma precisão inédita.
"Nós criamos ranhuras microestruturadas muito especiais sobre a superfície de referência, que está situada abaixo da membrana do microfone. Quando o laser ilumina essas microestruturas, podemos ler a direção na qual a luz é refletida por meio de fotodetectores, que transformam a luz em sinais elétricos," explica Lacolle.
Como tudo é fabricado com a mesma tecnologia usada para fazer chips de computador, o conjunto é muito pequeno e pode ser fabricado em larga escala, a baixo custo, superando em qualidade os mais caros equipamentos disponíveis hoje.
Além da detecção de sons de alta qualidade, o microfone óptico poderá ser usado em geofísica, para detecção de terremotos muito fracos, como sensor de pressão ou mesmo fazendo as vezes de giroscópios, acelerômetros e sensores de vibração.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Microfones 2.0 fazem mapeamento e localizam você

Microfones 2.0 fazem mapeamento e localizam você

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/06/2013
Microfones 2.0 fazem mapeamento e localizam você
As possibilidades oferecidas pela tecnologia de ecolocalização e mapeamento foram aferidas em ambientes complexos. [Imagem: EPFL]
 Microfones 2.0 fazem mapeamento e localizam você: Os microfones incorporaram tecnologias que lhes deram funções que vão muito além de gravar sons.
Os microfones deram um passo à frente, incorporando tecnologias que lhes deram funções que vão muito além de gravar sons.
Ivan Dokmani e seus colegas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, criaram um sistema de ecolocalização - similar ao usado por golfinhos e morcegos - capaz de medir uma sala com grande precisão.
Você continua podendo tirar boas medidas com uma trena, mas os microfones podem estar em qualquer lugar da sala, e você nem precisará sair do lugar para fazer as medições - bastará analisar as gravações.
"Cada microfone capta o som direto vindo a partir da fonte original, bem como os ecos chegando das várias paredes," explica Dokmanic.
"Em seguida, o algoritmo compara o sinal de cada microfone. As defasagens infinitesimais que aparecem nos sinais são usados para calcular não só a distância entre os microfones, mas também a distância de cada microfone para as paredes e a fonte de som," detalha o pesquisador.
Segundo ele, esta capacidade de "resolver" os vários ecos captados pelos microfones é algo inédito.
Analisando o sinal de cada eco, usando "matrizes de distância euclidianas", o sistema pode determinar se o eco está se refletindo pela primeira ou pela segunda vez, por exemplo, e determinar a "assinatura" original de cada uma das paredes.
Microfones espiões
As aplicações da tecnologia sem várias.
"Arquitetos poderão usar esta tecnologia para projetar salas - por exemplo, salas de espetáculo ou auditórios - baseados na acústica específica que eles desejam criar," acrescentou Dokmani.
Aplicações em ciência forense também estão no horizonte: com base em várias gravações feitas no mesmo local, as ondas de áudio podem fornecer informações sobre elementos na sala que não podem ser vistos nas imagens.
Na mesma área, analisando um telefonema de uma pessoa que está se movendo dentro de um ambiente pode permitir que os investigadores identifiquem de onde a pessoa está falando.
Finalmente, pode ser possível implementar este algoritmo em aparelhos móveis e usá-los para deduzir informações sobre a localização no interior de edifícios - um lugar onde os sinais de GPS não penetram bem.
"Já existem muitas aplicações, e prevemos muitas mais. Este é só o começo," concluiu Dokmani.
Bibliografia:

Acoustic echoes reveal room shape
Ivan Dokmani, Reza Parhizkar, Andreas Walther, Yue M. Lu, Martin Vetterli
Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: Published online before print
DOI: 10.1073/pnas.1221464110